SOCIEDADE LIBERTÁRIA

Somos inconformados por não aceitarmos o que esta acontecendo com o nosso planeta, com a nossa gente. Estamos fartos de mentiras e promessas que nos fazem escravos submissos ao sistema, que deixam de lutar e aceitam a miséria como dádiva divina. Não! Não somos escravos, muito menos aceitaremos a miséria, já que produzimos riquezas e somos roubados. O salário é a confissão do roubo. Chega de salários, queremos a distribuição da riqueza. Somos inconformados porque vemos os nossos irmãos morrerem de fome, frio e doenças num mundo de prosperidade. Não acreditamos que cada um seja responsável isolado de sua sorte. Existe uma história individual influenciada pela história colectiva e vice-versa. Chega de mentiras! Uma das mais importantes contribuições de Bakunin para o mundo foi sua rebeldia e nada mais emblemático que “o ato destrutivo também é um ato construtivo”. Para muitos a destruição é uma acção muito simples e assustadora, mas para nós anarquistas, passa da simples apedrejamento destruidor para uma acção mais profunda de também substituir o alvo da destruição para algo mais significativo para nós, explorados e oprimidos. Uma construção do processo de destruição significa planeá-la de tal forma que não fique dúvidas sobre a acção. Para ilustrar, tenha em mente a destruição de um prédio para construção de uma nova obra (que não necessariamente um prédio). Todo o processo é pensado antes do acto, durante o acto e após o acto. E mesmo assim acontecem imprevistos onde a criatividade humana é desafiada a resolver. Pense no Estado como o prédio a destruir e use a criatividade para traze-lo abaixo, além de como desenvolver relações sociais colectivas descentralizadas, evitando criar burocracias e dissolvendo o poder central de um Estado por entre toda a sociedade, sem, no entanto criar espaços para opressão, evitando os modelos do comunismo-marxista, que não destroem o Estado, mas ao contrário, o fortalece em ditadura opressora entre iguais, o autoritarismo de classe! Avancemos na destruição do Estado, na construção de uma sociedade libertária, nada de transições perpetuas (para os que gostam de dialéctica), às barricadas, traga a marreta e flores A sociedade é um colectivo acima do Estado. O fim do Estado não é o fim da sociedade, mas a sua emancipação como organização. O gerenciamento e controle estatal estrangula a sociedade e escraviza os seus indivíduos. Estes procuram a liberdade e o respeito dos outros indivíduos que também precisam de liberdade e respeito que qualquer Estado não pode assegurar, porque se assegurar liberdade terá de deixar de existir uma vez que não pode deixar as pessoas livres. A liberdade é uma ameaça a qualquer Estado e como ameaça será jogada em armadilhas jurídicas onde ela possa existir como um pássaro na gaiola. Mas não adianta. A liberdade escapa e escapará sempre, ela existirá com a sociedade e não com o Estado. O Estado constrói prisões, cria paredes, cercas, armas e violência. Nunca respeitou os indivíduos e a sociedade da qual tira seu sustento. Combatamos o Estado e o Estado nos verá como uma ameaça no seu bolso e existência. Dane-se o Estado e viva a liberdade e o respeito entre indivíduos. A destruição do Estado é a construção de uma sociedade igualitária e livre, para todos, sem excluídos. Construamos pois a sociedade auto-gestionária, cooperativista, a sociedade de todos, da liberdade e da solidariedade, construamos uma sociedade sem amarras, sem chefes, sem autoritarismo, sem líderes, sem vanguardas, construamos uma nova sociedade, onde todos apoiam todos, onde todos seremos a razão da existência dessa sociedade, onde finalmente o Homem se sinta Livre.